Jarrah Thompson faz pose com hashtag #euVouPRaRockNRollNight
A Rock'n'roll Night em colaboração com a jornalista Camila Borges, entrevistou com exclusividade o Jarrah Thopmspn.
Vocês
têm vindo ao Brasil desde 2010 para realizar turnês bem longas e que incluem
muitas cidades. O público brasileiro pôde acompanhar a Jarrah Thompsom desde o
seu primeiro álbum, e agora em 2013, estão aqui novamente, vêm com tudo
lançando o terceiro disco, numa formação inédita de sexteto e ainda chegando a
turnê mais extensa pelo país. Dá para perceber que existe um carinho muito
grande pelo Brasil, tanto que o Jarrah Thompson declarou que “este foi um disco
feito para o Brasil”.
Rock’n’Roll Night: Gostaria de saber, o que foi que
chamou a atenção de vocês para rolar essa ligação tão forte e bonita? | Por que
e como foi planejar e produzir um álbum inteiro pensando neste país? O que
vocês conhecem da música brasileira? | De alguma maneira ela influenciou o novo
álbum “VOYAGER”?
Jarrah Thompson: Desde a
nossa primeira turnê em 2010, foi inegável que o Brasil seria um lugar que teríamos
que voltar com frequência, “Stargazer” foi muito bem recebido aqui, e as
pessoas daqui ainda estão descobrindo esses álbuns todos os dias. Fazer turnê
no Brasil se tornou algo que fazemos todos os anos, o que é para nós é algo
bom, e fazer shows aqui, é apenas uma parte da atração. Nós adoramos conhecer o
país e conhecer as pessoas, são as pessoas que fazem do Brasil um lugar tão
especial. “Voyager” foi escrito para um público brasileiro porque eu sabia que
logo depois de grava-lo, iríamos fazer a nossa maior turnê até então, então a
instrumentação foi composta com isso em mente, sabendo que a gente teria uma
“Big Band” aqui, realmente influenciou no processo de composição. Também tentei
incluir letras e ideias que foram formuladas aqui no Brasil!
Não foi até na nossa segunda turnê, eu
acho, que nós descobrimos a Bossa Nova, e todos os outros ritmos brasileiros.
Quando eu escutei Bossa Nova, pela primeira vez, numa dessas noites de música,
eu pensei “Ah, então é isso que é música”, e ainda acho que é umas das coisas
mais lindas que já escutei! Outra grande razão de estarmos no Brasil, é porque
estamos colaborando com alguns percursionistas e músicos brasileiros! Fiquem
espertos, que vem novidades por aí!
Rock’n’Roll Night: O novo álbum foi uma busca de
olhar para dentro de si, e o Jarrah se inspirou para fazer as letras na liberdade,
no amor e na frase (que particularmente achei de um tom especial e sensível):
“coração e mente abertos”. Este álbum tem alma, foi doloroso, e bom, trabalhar
em cima disso e botar pra fora da maneira que você sabe fazer muito bem, com a
música?
Jarrah Thompson: Eu acho
que essas coisas acontecem quando alguém se torna maduro. Eu digo, elas
deveriam acontecer. E para mim, essas coisas são realmente importantes, e
representam o que é música para mim. Para mim é tudo sobre cura, e dar
liberdade a você mesmo para criar!
Rock’n’Roll
Night: Vocês
têm passado boa parte dos últimos anos na estrada, em tour. Como é ficar tanto
tempo longe de casa? Como se dá a relação entre a banda nesse processo, tanto
para produzir, tocar, quanto a convivência? Como cada um de vocês encara e lida
com isso?
Jarrah Thompson:
Essa é
realmente a parte mais difícil de ser um músico que faz turnês. Ser um artista
tem seus altos e baixos, bom tempos e tempos ruins, mas no geral, isso se torna
algo que você deve fazer, chame isso de loucura. Mas de verdade, eu me sinto
abençoado, de ter chegado tão longe, e viajado o tanto que viajei. Dois membros
da banda viajam comigo, os outros vem e vão!
Rock’n’Roll
Night: Vocês produzem um trabalho que mistura vários ritmos e sons,
e instrumentos, que casam de maneira peculiar e extremamente minimalista, que
vai do rock, ao blues, jazz, folk, progressivo e experimental. As músicas de
vocês são muito intensas, vivas! Esse processo de criação flui simplesmente ou
é bem definido anteriormente com observações pontuais? Vocês seguem um estilo?
Jarrah
Thompson: Não,
eu não sigo nenhum estilo. Quando eu fundei a banda em 2008 era de blues,
comecei um trio de blues, e isso era muito divertido. Então eu fui a uma noite
de música africana, e eu vi esse flautista incrível, o Dan Richardson, depois
do show, eu perguntei a ele se ele queria fazer uma jam com nosso trio... e
dessas jam’s e depois shows, surgiu o “Stargazer”. Então, eu sempre me esforcei
para misturar sons diferentes, e não me prender em um estilo só. Eu gosto de
álbuns que te levam para uma jornada, e eu tento fazer isso com meus álbuns
também. A maioria das músicas começa a partir de um riff.
Rock’n’Roll
Night:
Quais são as diferenças culturais mais gritantes, entre o Brasil e a Austrália?
Jarrah
Thompson: É muuuito difícil de comparar, mas eu acho que a coisa
mais gritante é que a Austrália tem a população da cidade de São Paulo, mas
muuuito espalhada por todo o território. Então, sobre a cultura musical,
australianos adoram música, mas o
mercado é pequeno e muito competitivo, pode ser difícil de sobreviver nele. Mas
a cultural social do Brasil também é muito diferente, brasileiros tendem a
tirar o seu tempo, tem almoços longos, jantam juntos com mais frequência, é
mais baseado na comunidade aqui, e com menos stress. Mas existem muitas
similaridades entre os países também, incluindo as praias e a cultura do surf!
Rock’n’Roll Night: Queremos
dicas de sons australianos! Quais bandas vocês classificariam como TOP 5 da
Austrália?
Jarrah Thompson:
Xavier Rudd
John Butler
Tame Impala
Blue King Brown
Lobby Loyde
Rock’n’Roll Night: Ficam até quando no Brasil? Qual é a expectativa
para tocar na Rock’N’Roll Night
Jarrah
Thompson: Eu acho que vamos ficar até o carnaval, minha
expectativa sobre a Rock’n’Roll Night, não é nada a não ser pura loucura, é o
nosso último do ano! Então podemos dizer que sim estamos super empolgados!